domingo, 25 de outubro de 2009

Filme lindíssimo....








Lemon Tree


Direção: Eran Riklis


Baseado em história real do drama de uma viúva palestina que vive na divisa de Israel e Cisjordania.




Narra a sua luta para evitar que seus limoeiros sejam derrubados pela Força de Segurança Israelense já que os mesmos colocam em risco a segurança do Ministro da Defesa de Israel.


Lemon Tree é uma ode a convivência pacifica, ultrapassa os limites de ser um filme que fala somente de limões e limoeiros, ele mostra a garra de Salma que mesmo acostumada ao sofrimento da região, se recusa a abrir mão (literalmente) de suas raízes,também de sua história já que o limoeiro foi plantado por seu pai a mais de 50 anos.


As frutas são um símbolo amargo (mas que produz uma limonada que todos afirmam ser deliciosa) dos descabidos conflitos culturais, raciais e políticos que se estendem (segundo o próprio ministro) por mais de 3 mil anos.


Salma Zidane é uma mulher solitária de meia idade que sobrevive na região da Cisjordania fazendo compotas de limões colhidos de seu próprio pomar . Se vê privada de seus direitos, pois muda-se como vizinho Israel Navon ministro da Defesa de Israel e com ele câmeras de segurança, cercas de arame farpado, guaritas, guardas armados e a exigência de que seus limoeiros sejam cortados pois os mesmos oferecem riscos à segurança do ministro e sua esposa, já que eles podem servir de esconderijo algum terrorista disposto a cometer um atentando contra Israel.


Salma não aceita a exigência e dá inicio a uma batalha judicial pelo direito de poder plantar limões em seu próprio quintal. Entre os dois personagens conflitantes , surge um interessante pivô, uma luz de sabedoria e indignação, representada pela presença de Mira, a esposa do Ministro.


Duas mulheres, separadas pela fronteira mas unidas pelo mesmo idealismo: a esperança.O caso de inicio sem importância, leva a um conflito diplomático, onde várias nações dão seu apoio a Salma.


Segundo a própria manchete do jornal israelense: “De Oslo até Madri , os limoeiros de Zidane viraram um problema político" e o ministro fica à mercê de zombarias a cada entrevista dada .


Salma vive em uma sociedade predominantemente machista, sua vida(afetiva) acaba com o falecimento de seu marido, e quando inicia um pequeno flerte com seu advogado ela é “avisada” por um amigo de seu marido que não irá deixá-la macular a honra de seu falecido esposo.


Como disse o advogado de Salma, Ziaud Daud ” final feliz somente em filme americano”.


A Suprema Corte decide pela poda (e não remoção) de 50% dos limoeiros a uma altura de 30 centimetros, o que ela considera uma derrota e um desrespeito a seu pai e às suas tradições.
Sem querer estragar nenhuma surpresa, sua mensagem final e brilhante, ao mostrar que nos conflitos nos quais imperam a guerra e a violência, todos perdem, (o ministro sua esposa e Salma seus limoeiros), menos talvez os advogados.


O filme faz duas referencias ao futebol, uma francesa, com foto do jogador Zidane no quarto da casa de Salma, e a outra brasileira, com a nossa bandeira e a inscrição “Champions” (campeão em inglês), bordado no agasalho de seu advogado.


O ministro ganha uma bela paisagem: um muro que divide os dois países e Salma seus limoeiros podados a trinta centímetros do solo e o mesmo muro que a separa de seu poderoso vizinho.

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