domingo, 31 de outubro de 2010

Quanto o Senhor ganha?


Texto de : Cirilo Veloso Moraes....

Eu já publiquei este post antes, há muito tempo atrás, dezembro do ano passado, mas hoje lembrei-me dela e resolvi postá-la novamente (já que ninguém, ou quase ninguém lê os arquivos). É que ando pensando muito na questão da falta de tempo, do corre-corre, que tanto nos afasta de quem mais amamos. Tiro isso por mim… Meus amigos (as) sempre reclamam da minha falta de tempo, dizem que eu estudo demais, que mal tenho tempo para eles, etc. Eu bem que tento, mas o dia apenas tem 24 horas… Se tivesse mais… Eis o texto:

Quanto o senhor ganha?

Um menino, com voz tímida e os olhos de admiração, perguntou ao pai, quando este chegou do trabalho:

-Papai, quanto o senhor ganha por hora?

O pai, num gesto severo, respondeu:

-Escuta aqui, meu filho. Isto, nem sua mãe sabe. Não amole, estou muito cansado.

Mas o filho insistiu:

-Mas, papai, por favor, diga quanto o senhor ganha por hora?

A reação do pai foi menos severa:

-Três reais por hora.
-Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?

O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:

-Então, essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais, seu aproveitador!

Já era noite, quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo descarregar sua consciência doída, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:

-Filho, está dormindo?
-Não, papai; respondeu o sonolento garoto.
-Olha, aqui está o dinheiro que me pediu: um real.
-Muito obrigado, papai! – disse o filho, levantando-se e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama.
-Agora completei, papai; tenho três reais. Poderia me vender uma hora do seu tempo?

Será que estamos dedicando tempo suficiente e útil aos nossos filhos? Analogicamente, aos nossos amigos, parentes, às pessoas que tanto amamos?

Será?

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